Entenda o real significado do WCM e como aplicá-lo à sua empresa. Então, continue a leitura para saber mais sobre!

Com o crescente interesse das empresas em um melhor gerenciamento dos seus processos internos, muito tem se discutido sobre o WCM. Como resultado desse processo, informações errôneas geralmente vêm a tona e podem prejudicar o real entendimento sobre o que é e como funciona este programa. 

Conheça mais a metodologia

Primeiramente, WCM significa World Class Manufacturing, ou Produção de Classe Mundial. Em alguns veículos, esta sigla aparece como World Class Maintenance, que pode ser traduzido como Manutenção de Classe Mundial. Esta pequena alteração semântica é um grande erro, pois reduz um conceito amplo que envolve todo o processo de gestão, e várias áreas de uma empresa, a apenas um fator de manutenção.

É claro que a manutenção é parte essencial para a implantação o WCM, mas não se resume apenas a isso. Ele é um programa de excelência operacional e tem seu foco na qualidade dos meios de produção e exige treinamentos e que a toda a organização se prepare para essa nova metodologia. Ele é um programa de mudança designado para alcançar um modelo mundial, envolvendo todos os empregados com o conceito de melhoria contínua, focando eliminar desperdícios, reduzir as perdas e ao mesmo tempo melhorando os padrões e métodos.

O conceito de WCM foi desenvolvido por Hayes e Wheewright em 1984. Eles se basearam nas boas práticas realizadas pelas empresas de origem japonesa, alemã e americana que eram destaque em suas atividades de atuação. No entanto, o sistema de gestão metodológico foi criado em meados de 2007 para as empresas automobilísticas, pelo Dr. Hajime Yamashina, professor da Universidade Kyoto e membro do RSA (Royal Swedish Academy of Engineering Sciences).

A metodologia de WCM, de acordo com o Yamashina, traz alguns indicadores que apontam que apenas 5% das atividades realizadas ao longo do processo produtivo agregam valor ao produto. As demais atividades podem ser dividas em:

  • 35% que não agregam valor ao produto, mas são necessárias para que o produto possa ser manufaturado;
  • 60% que podem ser eliminadas, desde que se tomem ações eficazes e inovadoras para isso.

Essas atividades estão ligadas a todos os processos da fábrica, desde a movimentação de materiais e disposição de armazenamento até os erros humanos durante todo o processo de fabricação e/ou, movimentação. Assim, temos que o WCM não é um projeto, não possuindo um fim determinado. Ele é um programa, um sistema integrado, o caminho para a Manufatura e é baseado em 10 pilares técnicos e 10 pilares gerenciais:

Pilares técnicos do WCM:

  1. Segurança ocupacional: tem como propósito melhorar o ambiente de trabalho, tornando-o menos propício às condições e atitudes inseguras. Para tal, é necessário atuar por meio de procedimentos sistêmicos, visando a prevenção de acidentes, por meio de observações, análise e eliminação de causas que propiciaram um acidente ou um quase acidente no local de trabalho;
  2. Desdobramento dos custos: consiste em transformar as perdas em custo, quantificando-as em medidas mensuráveis, como horas, energia, refugos, entre outros. Isso só é possível porque há uma comparação das perdas com as suas causas e origens;
  3. Manutenção autônoma: tem como objetivo prevenir os problemas dos equipamentos e as pequenas paradas quando acontecem devido à falta de manutenção das condições de base dos maquinários. Yamashina esclarece que a manutenção autônoma é de extrema importância para o WCM, já que os operadores podem executar trabalhos essenciais nos equipamentos que colaborarão com a manutenção e a preservação das máquinas;
  4. Melhoria focada: está direcionado a suprimir grandes perdas apontadas no pilar “desdobramentos de custos”, com o objetivo de alcançar um resultado em um curto prazo, com grandes vantagens no que tange à redução de custos pelas perdas e desperdícios. Esse pilar tem como premissa a melhoria focada, isto é, diante um problema resoluto de um caminho não padronizado, o pilar elabora um ciclo estipulado a encontraras causas e eliminá-las, restaurando, assim, um padrão ou implantando um novo, e não se limita apenas a encontrar uma ação corretiva para o problema. O ciclo de melhoramento é denominado PDCA, e será abordado mais adiante, bem como as outras ferramentas constituintes e necessárias para o funcionamento eficaz do ciclo;
  5. Controle de qualidade: propõe-se a fabricar produtos sem qualquer tipo de defeito, por meio da pesquisa aprimorada da capacidade e controle do processo. Para tal, realiza mudanças essenciais na lógica de controle de qualidade. Isto é: atua não só nos controles e deliberações, mas também na perspectiva interna do processo produtivo, analisando as causas da má qualidade para, enfim, saná-las;
  6. Logística e atendimento ao cliente: é conhecido por gerir o fluxo produtivo em conjunto com o sistema de produção para garantir a satisfação dos clientes. Ou seja, tem por finalidade, produzir um fluxo eficiente por meio de análises de variáveis envolvidas na cadeia produtiva, diminuindo estoque e também a possibilidade de danos aos produtos;
  7. Manutenção profissional ou planejada: abrange as atividades finalizadas com a construção de um sistema de manutenção capaz de reduzir a zero os danos e as microparadas dos equipamentos, obtendo economias e aumentando o ciclo de vida das máquinas por meio de práticas de manutenção baseadas na capacidade de prorrogar a vida dos componentes (manutenção corretiva e preventiva);
  8. Desenvolvimento de pessoas: é premissa para a implantação do WCM no que diz respeito ao desenvolvimento das competências das pessoas. Isso se deve ao fato de que, na metodologia WCM, a execução dos métodos e técnicas, bem como os resultados, dependem de pessoas. O pilar se baseia na avaliação dos problemas relacionados com competência, na formação para preencher essa deficiência e, por fim, na administração dos caminhos de aprendizagem. Alguns desafios devem ser enfrentados para que o desenvolvimento de pessoas ocorra. São eles: extinguir erros humanos, desenvolver funcionários em técnicas de alto nível, fazer com que a manutenção autônoma ocorra, obter bons resultados no controle do processo, motivar e envolver pessoas;
  9. Meio ambiente e energia: tem como propósito a melhoria contínua do local de trabalho ou do ambiente produtivo, mediante o envolvimento com normas e regulamentos ambientais. O foco é dado na minimização dos impactos ambientais por meio de perdas individualizadas e ações contra o desperdício.
  10. Gestão preventiva de máquinas: tem como objetivo melhorar a competitividade das máquinas por meio da previsão de problemas que surgem nos equipamentos. Isso pode ser feito incluindo no projeto das máquinas todo o conhecimento e experiência vivida nas antigas. A fim de alcançar a qualidade elevada, custos mínimos, lead time de projeto reduzido, maior flexibilidade, segurança, facilidade de operações, confiabilidade e facilidade de manutenção, é fundamental a participação das pessoas envolvidas no gerenciamento, fornecimento e operadores das máquinas, conforme afirma Yamashina.

Pilares gerenciais do WCM

  1. Compromisso da direção: a direção precisa demonstrar comprometimento com os resultados do programa;
  2. Compromisso com a organização, de uma forma geral;
  3. Clareza nos objetivos: devem ser claros e transparentes, sobretudo nas entregas;
  4. “Rota do WCM”: estabelecimento do uso de ferramentas para dar agilidade aos processos;
  5. Alocação de pessoas qualificadas: Escolha e designação dos melhores profissionais;
  6. Competência da organização: maior competência organizacional por buscar os melhores ajustes;
  7. Tempo e orçamento: atenção dada ao planejamento financeiro da organização;
  8. Nível de detalhamento: especificar os aspectos mais adequados para a implementação dos problemas;
  9. Nível de expansão: entra o conceito de “células integradas de excelência”, que são áreas modelos que servem de padrão ou referência para a organização;
  10. Motivação dos operadores: também é necessário dar atenção à equipe para gerar engajamento nos projetos.

Sendo a manutenção parte importante desse processo, vale também ressaltar que apenas a implementação de um software de gestão, seja ele um CMMS ou EAM, não e o suficiente para o cumprimento dessa filosofia. Ele é, sim, um meio para atingir uma finalidade, mas deve ser pate de um processo maior, envolvendo a gestão e outras áreas da empresa.

Assim, como parte importante deste processo maior, a escolha de um software de gestão deve levar em conta a expertise do fornecedor em implantações do WCM. Softwares que tem background com um especialista em gestão de ativos fazem muito sentido. Rodrigo Rotondo, CEO da Manusis4, é certificado pela SMRP (Society for Maintenance and Reliability Professionals), além de ter liderado vários processos de implantação de WCM na indústria, comenta sobre o tema e a má utilização do termo por algumas empresas:

“O WCM é uma grande filosofia, que tem sua origem no grupo FIAT, com uma grande aliança realizada com o professor Yamashina, e hoje é utilizado em várias indústrias. É um processo que envolve toda a organização e não só a área de manutenção. Ter uma gestão de ativos com módulos específicos para WCM é o que vai ajudar a suportar o resultado esperado pela empresa com a sua implementação. O que mais me incomoda hoje é o buzzwords, o uso de palavras ou siglas de modo inadequado prejudicando o compartilhamento de conhecimento. É muito comum cair em pegadinhas. Por isso: cuidado!”

Buscando ser um passo importante na implementação do processo de WCM nas empresas, a Manusis4 oferece um software completo, com módulos específicos para esse fim. Conheça o Manusis4 e inicie este programa de forma adequada em sua empresa.